O LOUVOR QUE NÃO LIBERTOU


"No dia seguinte, um espírito maligno, da parte de Deus, se apossou de Saul, que teve uma crise de raiva em casa; e Davi, como nos outros dias, dedilhava a harpa; Saul, porém, trazia na mão uma lança, que arrojou, dizendo: Encravarei a Davi na parede. Porém Davi se desviou dele por duas vezes." [1 Samuel 18:10,11]


Raiva é um sentimento de protesto, insegurança, timidez ou frustração, contra alguém ou alguma coisa, que se exterioriza quando o ego se sente ferido ou ameaçado. A intensidade da raiva, ou a sua ausência, difere entre as pessoas.

A raiva também pode ser um sentimento passageiro ou prolongado (rancor) e a expressão da irritabilidade e agressão humana.

Outros nomes como fúria, ira, cólera, ódio, crueldade, etc.

Consequências:
A raiva é como uma doença que vai corroendo de dentro para fora, e que causa diversos prejuízos físicos, mentais e espirituais para o próprio enfermo e para as pessoas que a este acompanham.

Como conseqüências da raiva podemos ter:
  • A violência verbal.
  • A violência física.
  • O Ódio, que consiste numa ênfase de raiva, que geralmente dura mais tempo e acompanha um desejo contínuo de mal a alguém.
  • O comportamento agressivo, que se dá quando o indivíduo assume uma postura contínua de mau humor e raiva, pode ter sua origem em pequenas frustrações que no decorrer da vida se acumulam, e que não foram superadas através de diálogos compreensivos e do perdão ao próximo e a si mesmo.
O perdão consiste em desistir de qualquer ressentimento quando se é, de alguma forma, prejudicado. Por isso existe quem considera o ato de perdoar como uma possível "cura" para a Raiva.

No corpo humano a raiva gera problemas no sistema nervoso central, disfunção das glândulas de secreção endócrina, distúrbios no aparelho digestivo e desequilíbrio psicológico. [Wikipedia]

É interessante essa passagem bíblica entre os personagens históricos, Saul e Davi. Um estava fora de controle, praticamente possesso, com raiva. O outro em estado de adoração ao seu DEUS.

Saul não era vítima do azar, ele deixou que sentimentos negativos e malignos invadisse sua alma. O Senhor o rejeitou.

Saul se acalmava com a música de Davi, ele sentia melhor quando ouvia aquela harpa sendo dedilhada, mas a raiva que tinha contra Davi era maior.

Você já deve ter ouvido que DEUS habita no meio dos louvores, que o diabo foge do verdadeiro louvor. Por que será que no louvor de Davi, Saul não foi liberto?

Claro que o louvor era ungido, Davi tinha a unção, mas este louvor não foi suficiente para libertar Saul do maligno, pena que Saul não deixou ser liberto, apenas sentia alívio.

O louvor que não libertou foi tocado pelos dedos de Davi, Saul no meio da adoração, afirmou matá-lo, a encravá-lo na parede.

Saul estava possuído por um espírito maligno que o perturbava.

O louvor entoado por mãos ungidas de Davi não era ingênuo, era consciente da sua realidade. Ele se desviava e fugia da ira de Saul.

Jesus também por vezes precisou fugir, não porque fez algo errado, mas porque queriam matá-lo.

Davi fugiu de Saul, preservou sua vida, se assim não fizesse, talvez hoje não teríamos o privilégio de ler o livro de Salmos e nem o messias se chamaria Filho de Davi.

Como Davi sendo um homem segundo o coração de Deus tocaria um louvor que não libertaria Saul? Como isto seria possível?

Será que o louvor que não libertou Saul ainda é tocado nos dias de hoje?

Dizem que o louvor liberta, mas há um perigo de se idolatrar a música, os ministros, os louvores e adorações, ou de se ter expectativa nestes meios para a libertação da alma. É verdade que a música tem um poder terapêutico benéfico para a alma, mas quem liberta é somente Senhor.

Há um grande perigo de super valorizar a função como a "obra do Senhor" e desprezar a verdadeira obra que são as pessoas. Jesus veio salvar almas, o louvor é para Deus e não para os homens; a música não deve ser algo para massagear os egos, se um ministro tem a expectativa de ouvir elogios ao cantar e tocar seu instrumento, a sua motivação está errada. Nestes casos o louvor também não liberta e queira ou não o que está em oculto será revelado, porque Deus não divide a glória dele com ninguém.

O louvor liberta quem ministra, mas não necessariamente quem é ministrado. 

Mas dificilmente um louvor flui livremente por quem não é liberto. 

Portanto, é sempre bom repensar qual é a verdadeira motivação que nos leva a fazer tais coisas no nome de Deus e para Ele.

Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; e maldito aquele que retém a sua espada do sangue. [Jeremias 48:10]

"Que faz justiça aos oprimidos e dá pão aos que têm fome. O SENHOR liberta os encarcerados." [Salmos 146:7] 

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